Este blog tem como objectivo levar a cabo o que indica o título - um passeio pela Matemática. Dar a conhecer a sua História, as suas leis, as suas personagens e curiosidades, enfim divulgar esta Ciência que, como disse Victor Duruy, é a chave de ouro com que podemos abrir todas as ciências.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sólidos Platónicos



Há indícios de que os povos que viveram na Escócia no período Neolítico tenham esculpido alguns destes sólidos mil anos antes da sua referência por Platão (c. 428 a. C. – c. 347 a.C.). Este, ou os seus discípulos, foram os primeiros a demonstrar que existem apenas cinco poliedros regulares: o cubo, o tetraedro, o octaedro, o dodecaedro e o icosaedro. Foi o estudo intensivo destes sólidos pelos seguidores de Platão que os tornou conhecidos como «poliedros de Platão» ou «sólidos platónicos».
Modelos do Neolítico dos sólidos platónicos
Foram porém os pitagóricos, quem deram a conhecer o tetraedro, o cubo e o dodecaedro, atribuindo-se a Teeteto (415 a.C. – 368 a.C.), discípulo de Platão, a descoberta do octaedro e do icosaedro. Platão na sua obra Timeu explica os fenómenos do Universo através destes poliedros regulares, estabelecendo uma correspondência mística entre o tetraedro e o fogo, o cubo e a terra, o octaedro e o ar e o icosaedro e a água. O dodecaedro foi considerado como a forma que envolve a totalidade do Cosmos.

No século XVI, o astrónomo Johannes Kepler (1571 – 1630) tentou encontrar uma relação entre os cinco sólidos platónicos e os seis planetas que eram conhecidos na época: Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter e Saturno. Kepler pensou que os dois números estavam relacionados, isto é, que a razão pela qual existiam seis planetas era porque existiam apenas cinco sólidos regulares.


 
Em 1596, na sua obra Mysterium Cosmographicum, Kepler estabeleceu um modelo do sistema solar onde os cinco sólidos platónicos eram colocados um dentro do outro, separados por uma série de esferas inscritas. Supôs que as razões entre os raios das órbitas dos planetas coincidiam com as razões entre os raios das esferas. Este modelo, todavia, não era sustentado pelos dados experimentais da época e foi desaprovado por inteiro pelas descobertas posteriores dos planetas Úrano e Neptuno. Contudo, desta pesquisa, nasceram a descoberta de novos sólidos (que hoje, têm o seu nome), a percepção de que as órbitas dos planetas não são círculos, mas elipses e as leis do movimento planetário.

 

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